Só Ele ouve

Só Ele ouve - Taylor Caldwell


Sinopse
Desiludidos, drogados, revoltados, rejeitados, aflitos, desesperados, descrentes. Assim são as pessoas que procuram o Homem que escuta.
Em seu santuário, ele recebe ricos e pobres, reverendos e policiais, dando a cada um deles conforto a ânimo para enfrentar os reveses da vida. Através do Homem que Escuta, personagem central do romance Só Ele Ouve, Taylor Caldwell discute as crises espirituais do mundo de hoje e destaca a importância dos ensinamentos cristãos em uma sociedade.

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Sou fã de Taylor Caldwell, mas este livro não foi um dos melhores que li. O estilo que ela escreveu não me agradou muito, achei um pouco cansativo e repetitivo.
A autora divide os capítulos por histórias, são doze almas, e cada uma conta sua trajetória de vida, angustias e qual a solução para seus problemas.
Se a história fosse como seus romances, acredito que ficaria mais dinâmico e prazeroso.
O capítulo que mais gostei foi a alma doze: O adversário e o Homem que escuta. 
O diálogo do Homem que Escuta e Lúcifer.


"...A obediência não é desejável quando a desobediência é impossível. O amor não é amor se não houver uma alternativa, o ódio. A adoração não é adoração se não estiver presente a possibilidade da negação. A essência d´Ele é a essência dos Seus filhos; Ele queria que Seus filhos fossem como anjos, que também são meus irmãos, capazes de obediência e humildade. Como Ele é Espírito, assim Seus filhos também são espírito, e terá um de ser separado do outro como o amo cruel é separado pelos escravos que não têm escolha? Mas já falamos disso, através dos séculos.

(...)
- Sem o livre-arbítrio não há existência verdadeira?
- Não há existência verdadeira. Você o disse bem.
- Mas isso não devia ter sido dado à humanidade. Devia ter sido a prerrogativa dos anjos.
O Homem moveu a cabeça, dolorosamente.
- Pense no seu caso. Foi sua prerrogativa. Pense em como a usou. No entanto, despreza os homens, que por natureza são inferiores a você, inferiores em resistência ao mal. Deteste-os, se precisar. Mas lembre-se de que muitos se arrependem e vão para junto d´Ele. Aqueles que partiram com você não voltam para Ele dizendo "Deus, tende piedade de mim, pecador".
- O que escolhemos é nossa escolha - disse o estranho, levantando bem a cabeça imponente.
- E o que você escolheu foi o seu orgulho. Você aceitou Sua dádiva, mas a considera só sua e quer negá-la aos menores de Seus filhos. Você é maior do que Ele?
- Nunca acreditei nisso, e na verdade nunca realmente o desejei. Eu estava a Seu lado e Ele me amava. Protegi Sua grandeza e Sua magestade temível, não por ódio, mas por amor. Eu tinha ciúmes d´Ele. Não queria que se aproximassem d´Ele com mãos impuras, nem que O chamassem de "Pai" como eu O chamava, nem que olhassem para Ele como eu olhava. Se fui orgulhoso, fui orgulhoso por Ele e detestei aqueles que ousaram, na sua arrogancia, conhecê-Lo também. Mas você já sabe disso há muito tempo.
(...)
- Fui eu que lhe inflingi esta agonia? Fui eu que cuspi em você, escarneci de você? Fui eu que zombei de sua tortura?
- Você se esquece. Eu escolhi isso para mim.
- Não obstante, foi o homem quem o consumou, e não eu. Eles escolheram por si; não escolho por eles.
- Mas você ouviu as vozes dos que afinal me procuraram. Eles escolhem por si; não escolho por eles.
- Você perdeu. Não perdeu?
(...
- Hei de vencer! - disse o estranho. - Não sou príncipe deste mundo? Ele há de se arrepender de novo por tê-lo criado! Como se arrependeu de outros mundos que se tornaram holocaustos sangrentos e desapareceram com os sóis.
- Já que tem tanta certeza, por que as lágrimas em seu rosto?
- Choro justamente porque tenho certeza.
- Ah - disse o Homem, com muita brandura. - Então isso não lhe agrada.
- Agrada quando provo que Ele estava errado desde o princípio.
- O seu prazer pode ser interpretado como angústia. Quem me dera que os homens sentissem tanta dor em seus corações!"

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