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Luís Vaz de Camões

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Transforma-se o amador na cousa amada  Transforma-se o amador na cousa amada, Por virtude do muito imaginar; Não tenho logo mais que desejar, Pois em mim tenho a parte desejada. Se nela está minha alma transformada, Que mais deseja o corpo de alcançar? Em si somente pode descansar, Pois consigo tal alma está liada. Mas esta linda e pura semideia, Que, como o acidente em seu sujeito, Assim co'a alma minha se conforma, Está no pensamento como ideia; [E] o vivo e puro amor de que sou feito, Como matéria simples busca a forma. imagem pixabay

O Homem que se Tornou Deus

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Olá, viajantes! Fizemos uma viagem com Gerald Messadié, ele nos conduziu para Palestina, num caldeirão de brigas religiosas, ideologias políticas e filosóficas. O autor nos leva a conhecer o pequeno Jesus, nascido da jovem Maria. Um adendo: achamos muito delicado a maneira como ele conduz essa parte da história. Fatos conhecidos na Bíblia sobre Jesus é contado de maneira bem humana, porém de uma forma bem escrita e nada agressiva. O jovem Jesus vai observando tudo a sua volta e a opinião de seu pai José conta muito nesta avaliação. Jesus passa a questionar a religião no comportamento social, vê claramente a hipocrisia, má intenção, inveja, ganância e o jogo de interesses. Depois que seu pai morre, Jesus faz sua jornada pessoal, fica de frente com outras culturas e formas de pensar. Encontra-se com a doutrina budista, a religiosidade dos essênios, o pensamento grego, as artimanhas e agressividade dos romanos, a maneira e religião dos egípcios. Porém seu maior aprendizado são com os ex...

Nísia Floresta

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A Lágrima de um Caeté (Fragmento)                             Nísia Floresta Era da natureza filho altivo, Tão simples como ela, nela achando Toda a sua riqueza, o seu bem todo… O bravo, o destemido, o grão selvagem, O brasileiro era… – era um Caeté! Era um Caeté, que vagava Na terra que Deus lhe deu, Onde Pátria, esposa e filhos Ele embale defendeu!… É este… pensava ele, O meu rio mais querido; Aqui tenho às margens suas Doces prazeres fruído… Aqui, mais tarde trazendo Na alma triste, acerba dor, Vim chorar as praias minhas Na posse de usurpador! Que de invadi-las Não satisfeito, Vinha nas matas Ferir-me o peito! Ferros nos trouxe, Fogo, trovões, E de cristãos Os corações E sobre nós Tudo lançou! De nossa terra Nos despojou! Tudo roubou-nos, Esse tirano, Que povo diz-se Livre e humano! imagem Pixabay

Adélia Prado

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Com licença poética                               Adélia Prado Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada. Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir. Não tão feia que não possa casar, acho o Rio de Janeiro uma beleza e ora sim, ora não, creio em parto sem dor. Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos — dor não é amargura. Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô. Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem. Mulher é desdobrável. Eu sou. Faz parte da obra  Bagagem -1976. Imagem Pixabay

Dia Internacional das Mulheres

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Olá Viajantes Literários! Celebrar a força do universo feminino, sua beleza, suas fases, seus direitos conquistados e principalmente o ser Mulher, nos faz lembrar o quanto já se foi feito e o quanto ainda tem pra se fazer. Muitas vezes na história as mulheres foram colocadas em segundo plano, porém elas foram protagonistas de grandes revoluções.  Comemorar o dia da Mulher, nos faz refletir o quanto ainda se tem a fazer em relação a violência, a desigualdade, assédio, abandono, preconceito entre outros.  As palavras da filósofa francesa Simone de Beauvoir, deixa claro que: “Não se trata para a mulher de se afirmar como mulher, mas de tornarem-se seres humanos na sua integridade”. É sobre isso! Escolhemos algumas obras para deixar aqui a nossa admiração e respeito por todas as mulheres! "As agitadoras começa quando Harriet Tubman ainda é escrava e Frances Seward e Martha Wright são jovens mulheres que se opõem a seus papéis tradicionais. Termina décadas mais tarde, depois que os...

O caçador de Borboletas

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O caçador de borboletas                                                          José Eduardo Agualusa Vladimir recebeu muitas prendas no Natal, entre livros, discos, legos, jogos de computador, mas gostou sobretudo do equipamento para caçar borboletas. O equipamento incluía uma rede, um frasco de vidro, algodão, éter, uma caixa de madeira com o fundo de cortiça, e alfinetes coloridos. O pai explicou-lhe que a caixa servia para guardar as borboletas. Matam-se as borboletas com o éter, espetam-se na cortiça, de asas estacadas, e dessa forma, mesmo mortas, elas duram muito tempo. É assim que fazem os colecionadores. Aquilo deixou-o entusiasmado. Ele gostava de insetos mas não sabia que era possível colecioná-los, como quem coleciona selos, conchas ou postais, talvez até trocar exemplares repetidos com os amigos. Nessa mesma tarde saiu para caçar ...

Livros Premiados #3

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  Olá Viajantes! Vamos conhecer mais alguns livros premiados! "Uma escritora encontra um ninho com dois filhotes de pombo. Por meio de uma prosa poética, o leitor compartilha as hesitações e os sucessos de uma história de crescimento e desenvolvimento. Como o próprio nome da obra diz, esta é uma história de amor, mas também de ciúme, aflição, paciência, saudade, preocupação, orgulho... Marina Colasanti recebeu o Prêmio Jabuti, na categoria Infantil.   Vencedor também do Prêmio FNLIJ 2014. "Kawabata resgata valores tradicionais de seu país, fazendo da cerimônia do chá o pano de fundo para a história de Mil tsurus. Kikuji Mitani é um jovem que, durante uma cerimônia do chá, reencontra duas antigas amantes de seu falecido pai, Chikako Kurimoto e a viúva Ota, e de repente se vê profundamente envolvido com elas. Kawabata demonstra, mais uma vez, seu profundo conhecimento da antiga cultura de seu país e enaltece a importância da arte oriental, representada nas cerâmicas seculares d...